Em minhas investigações, os líquens chamam a atenção por serem organismos formados por mutualismo simbiótico entre uma alga (ou cianobactéria) e fungos. Presente a cerca de 2.5 bilhões a 543 milhões de anos atrás, esta associação consiste geralmente de uma alga verde pleurastrófica unicelular, como Trebouxia, Pseudotrebouxia ou Myrmecia, ou geralmente cianobactérias como Nostoc ou Scytonema. O parceiro fúngico pode ser um Ascomiceto (cerca de 98%) ou Basidiomiceto (cerca de 2%). Porém, em todos os casos, a aparência do fungo no líquen é bastante diferente de sua morfologia como um indivíduo em crescimento separado. Cada espécie de líquen tem uma espécie diferente de fungo e é com base nessa espécie que os líquens são classificados. Estão descritas de 15 mil a 20 mil espécies de líquens, de acordo com diferentes sistemas de classificação, eles podem ser encontrados nos mais diversos habitats: geleiras, rochas, árvores, folhas, desertos, etc. Em diversas situações, instalam-se em locais inóspitos e com poucos recursos nutritivos, como, por exemplo, em rochas.
A investigação dos líquens levou a questões sobre como eles podem nos ensinar a habitar a Terra de um modo por associação mutualística, simbiótico de dependência, entre sistemas para nossa sobrevivência?